Visita técnica realizada pelo Projeto Cerrado a uma propriedade rural, onde foi apresentado o trabalho de produção de leite e os resultados obtidos com o Programa Mais Leite Saudável. Destaca-se a cooperação entre os envolvidos e o impacto positivo do apoio técnico e institucional na agricultura familiar da região do Cerrado.
Participantes da visita técnica à unidade de produção, incluindo representantes do Projeto Cerrado, membros da Coopervap, alunos da Unitec e produtores locais, reunidos para conhecer as práticas e tecnologias utilizadas na produção de leite. — Foto: Ismael Matos
Na sexta-feira, 8, foi o dia de conhecer uma das unidades de produção da qual a Coopervap recebe leite, e que está inserida no Programa Mais Leite Saudável. O grupo foi até a propriedade do casal Roni Teixeira e Cristina Aparecida Rabelo, localizada no Assentamento Herbert de Souza, região rural de Paracatu, onde vivem 89 famílias assentadas da Reforma Agrária.
Além do grupo do Projeto Cerrado, estavam presentes: o presidente Valdir, a supervisora Daniella, conselheiros e técnicos da Coopervap, alunos do Curso Técnico de Agropecuária da Unitec e produtores de leite da região. Todos foram recebidos com um café da manhã oferecido pela Cooperativa, que abriu as atividades programadas para aquele dia.
Na sequência, algumas apresentações introduziram as principais informações sobre o trabalho com o leite daquela propriedade. Valdir Rodrigues abriu o evento explicando a relação da Coopervap com os produtores de leite nos quase 40 assentamentos onde a cooperativa recolhe leite, e introduzindo os objetivos daquele dia de campo “Aqui teremos a demonstração de como o trabalho unido ao uso de tecnologias pode transformar a vida das pessoas”, afirmou.
Os anfitriões Roni e Cristina contaram um pouco da história de propriedade, compartilhando também as dificuldades enfrentadas e os êxitos conquistados. “Quando a gente chegou aqui, não tinha nada, só mato, e trabalhamos muito pra chegar aonde chegamos hoje. No trabalho com o leite, de começo a gente mandava só 30 litros de leite para a cooperativa. Mas investimos em oito vacas e um boi, e isso foi crescendo e melhorando a criação. Hoje temos 20 vacas no curral, e tiramos 350 litros por dia. Com expectativa de crescer ainda mais a produção”, afirma Roni, com orgulho.
Roni Teixeira e Cristina Aparecida Rabelo, proprietários da chácara, compartilhando suas experiências durante a visita técnica. — Foto: Ismael Matos
Cristina complementa a fala do companheiro “Nós temos muito a agradecer aos agrônomos que nos ajudaram aqui, principalmente o Daniel, da Coopervap, que nos orientou muito bem. A Embrapa também esteve sempre com nós, e a Cooperativa nos ajuda muito, dando possibilidades de estarmos no mercado do leite garantindo nossa renda”, conta.
Em um segundo momento, os técnicos agrônomos que atendem a propriedade e orientam o trabalho de produção de leite ali, apresentaram as etapas de trabalho e os resultados obtidos através da assistência técnica aplicada na propriedade de Roni e Cristina. José Humberto, da Embrapa, explicou aspectos gerais do Programa Mais Leite Saudável, seguido pelos técnicos João Paulo e José Carlos, responsáveis pelo trabalho com as vacas leiteiras e com a lavoura de produção de ração para os animais, respectivamente.
Nesta etapa, os visitantes puderam entender como era a propriedade antes do Programa, e o que foi melhorado em termos de estudo, recursos e dinâmicas de trabalho para que houvesse o salto de produtividade das vacas do casal. E também tiveram a oportunidade de caminhar pela propriedade para ver de perto os animais e as lavouras do milho que alimenta a criação.
A visita terminou com um grande almoço oferecido pelos anfitriões, e o grupo de visitantes voltou à Brasília com muitas informações valiosas e uma ótima impressão de tudo que conheceram.
“Esta primeira visita técnica nos surpreendeu em vários aspectos. Visitas técnicas são eventos que podem gerar certo incômodo, pois tomam tempo de trabalho das pessoas que são visitadas. Mas fomos extremamente bem recebidos pela Coopervap, que impressionou tanto pela qualidade do trabalho que fazem com os cooperados e com o beneficiamento do leite, quanto com o cuidado e zelo que demonstrou ao organizar os momentos da nossa visita. Superou nossas expectativas amplamente, e esperamos conseguir articular visitas tão completas como as que vivenciamos aqui nas próximas viagens que estão previstas no projeto”, avaliou José Elenilson Cruz, professor do IFB e Coordenador de Pesquisa do Projeto Cerrado.
Da parte do Mapa, a avaliação também foi muito positiva. “Nesta visita nossa equipe pôde, além de avançar nos propósitos do Projeto Cerrado, também observar os resultados do Programa Mais Leite Saudável, ambas iniciativas impulsionadas pelo Mapa”, explicou o coordenador de projetos Rodrigo Almeida. “Em tudo que conhecemos, observamos que o Programa tem resultados muito bons, que demonstram a importância do cooperativismo para o agricultor familiar. E que há sim possibilidade de ter políticas públicas que trabalhem a agricultura de forma holística, pensando tanto na qualidade de vida dos agricultores como em sistemas produtivos mais sustentáveis, viáveis e rentáveis, com impacto para toda a comunidade, pois vimos que a cidade toda é impactada pela cooperativa”, completou.
Reportagem por Gabriella Avila
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