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Projeto Cerrado vai à Goianésia buscar informações sobre o cultivo de seringueiras e a cadeia de borracha na região

A heveicultura, cultivo da seringueira para extração do látex, é uma forte cultura no Brasil há muitas décadas. O país é considerado o maior produtor de borracha natural da América Latina, e Goiás está entre os estados que mais produzem e extraem a seiva, essencial para a fabricação de mais de 40 mil tipos de produtos.


Esta é uma das cadeias produtivas que o Projeto Cerrado se concentra em conhecer, estudar e identificar debilidades e potencialidades, visando formas de promover o fortalecimento delas a partir de políticas públicas específicas. Foi isso que levou o grupo de pesquisadores e profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), órgão que fomenta o Projeto Cerrado, a Goianésia, no coração de Goiás.


Lá, foram recebidos na sede da OL Latex, empresa do grupo Otávio Lage. Entre as atividades econômicas que este grupo desenvolve, está a produção de borracha natural, sendo a OL Latex uma grande referência da cadeia produtiva nas regiões de Goiás e Tocantins, onde também mantém florestas de seringueira.


Na quinta-feira, 6 de agosto, o grupo do Projeto Cerrado foi recebido na sede da empresa por Alexandre Lopes Pimentel, gerente agrícola da OL Latex, e por  José Fernando Canuto Benezzi, engenheiro agrícola e especialista que presta consultoria à empresa desde sua transição para o ramo da heveicultura.


Ao longo da tarde, Canuto e Pimentel apresentaram não só o trabalho da empresa e suas certificações de qualidade, mas toda a história da produção de borracha em Goianésia e o cenário atual. Segundo eles, tudo começou a partir da mudança das leis trabalhistas na produção de cana de açúcar, até então principal atividade agrícola em Goiás. “Em 1988 saiu uma lei proibindo o corte de cana manual, o que desempregaria milhares de trabalhadores. Frente a isso, os diretores buscaram uma alternativa dentro do agronegócio para manter os empregos, e chegaram ao cultivo da seringueira, pois é uma atividade sustentável e com alto nível de empregabilidade”, explicou Canuto.

Neste primeiro dia da visita, os participantes também dialogaram sobre os desafios enfrentados atualmente na atividade. Além da dificuldade em obter mão de obra qualificada, a questão mais destacada pelos especialistas foi a falta de pesquisas e estudos que promovam melhorias no setor.


 “A seringueira é uma cultura das mais sustentáveis que conhecemos, do ponto de vista social, econômico e ambiental. Mas por usar poucos recursos, como adubo, fertilizantes e defensivos, temos pouco interesse das grandes multinacionais em desenvolver pesquisas para gerar melhoramentos de produção, comercialização, desenvolvimento de produtos, etc. E a cadeia sofre com a falta de novos estudos”, aponta o gerente Pimentel.

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