Após a exitosa primeira visita técnica, realizada em março, para estudo da Cadeia do Leite em Paracatu, o Projeto Cerrado dá continuidade ao calendário de visitas nos dias 25 e 26 de abril. A próxima experiência que os pesquisadores do Projeto e de técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vão conhecer está ligada à produção de Eucalipto, e será na empresa Gelnex, que tem uma de suas sedes em Goiás.
A Gelnex é especializada em produção de Gelatina e Peptídeos de Colágeno Peptinex, sendo a primeira fábrica de gelatina Tipo A de toda a América do Sul, e atualmente muito conceituada no mercado nacional e internacional desse tipo de produto. Mas, paralelo a isso, a empresa também produz o eucalipto que é usado para gerar energia para as fábricas em forma de biomassa – fonte de energia considerada limpa e sustentável se comparada à outras mais tradicionais. E é exatamente neste setor que o Projeto Cerrado vai focar nesta visita.
A área de cultivo do eucalipto da Gelnex fica em Anicuns (GO). É para lá que o Projeto viaja, na intenção de conhecer melhor a empresa, as instalações e os departamentos de manejo da madeira, desde suas experiências botânicas até a transformação da madeira em pedaços triturados que compõe a biomassa dessa matéria-prima, os chamados “cavacos”.
“Queremos ver as tecnologias, as técnicas de plantio, preparação do solo, cuidados do cultivo, entre outras ações desenvolvidas pela Gelnex. Tudo isso será importante para entendermos como é possível fortalecer essa cadeia tão importante”, explica José Elenilson Cruz, professor do IFB e coordenador de pesquisa do Projeto Cerrado, que completa: “Além disso, queremos dialogar com os responsáveis sobre questões de mercado, para entender mais sobre a demanda a qual atendem, os custos de produção e preço de venda, margem de lucro, entre outros aspectos fundamentais para a sustentabilidade da cadeia”.
Desafios da Cadeia do Eucalipto
O eucalipto é uma matéria prima muito visada pelas agroindústrias para produção de energia. Logo, a demanda é alta. No entanto, sua produção é de longo prazo. São necessários pelo menos sete anos de cultivo para que a madeira possa começar a ser usada. Há também os desafios do impacto ambiental com a compactação do solo, por exemplo, algo que pode decorrer neste cultivo e acabar inutilizando a terra se não utilizadas técnicas corretas.
Frente à pressão do mercado, o setor precisa de técnicas assertivas e suporte para manter os produtores na cadeia com sustentabilidade econômica. O Projeto Cerrado entende estes e outros desafios que se colocam nesta atividade, e por isso visitará a Gelnex para observar como estão desempenhando este trabalho de forma referencial no estado de Goiás. “Temos a expectativa de saber como esta empresa está lidando com os desafios presentes e futuros, ouvir suas recomendações para como o governo pode contribuir para o fortalecimento desta cadeia como um todo”, conclui o professor José Elenilson.
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